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Projeto Educativo da Associação Boa Hora

Triénio 2016/2019

 «Conta-me uma história, dar-te-ei um sorriso!»

 

 Educar para a Cidadania… o cruzar de gerações!

 “(…) Contava o orador que, numa das suas viagens, visitou um lugar em que se estava a iniciar uma construção. Aproximou-se de um dos operários e perguntou-lhe o que estava a fazer. O operário respondeu que estava a picar uma pedra para que ficasse lisa e quadrada. De seguida, aproximando-se de um outro operário fez-lhe a mesma pergunta, tendo este respondido que estava a preparar uns pilares que suportariam uma parede. E questionando operário após operário, estes foram-lhe dizendo em que consistia o respetivo trabalho. Quando repetiu a mesma pergunta a um outro operário, este disse-lhe que estava fazendo uma catedral. (…) De facto, o último dos operários questionados tinha uma “mentalidade” curricular (permita-se a transposição do termo por agora apenas pertencente ao campo educativo). Podíamos mesmo dizer, mesmo correndo o risco de simplificar, que os outros operários tinham uma mentalidade técnica, muito próxima do sentido rotineiro, pontual e específico.”

 ZABALZA, M. A. (1997) Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. Edições Asa, Porto.

 Introdução:

O Projeto Educativo é um instrumento consagrado na lei e que está no centro das estratégias de construção da autonomia de funcionamento da Associação Boa Hora, enquanto Pólo de funcionamento de vários serviços sociais de apoio à comunidade local da Gafanha da Boa Hora, nomeadamente Creche, Atividades de Animação e Apoio à Família, Centro de Atividades de Tempos Livres, Centro de Dia e, por último, Apoio Domiciliário.

O Projeto Educativo assume um destacamento assinalável enquanto documento que reflete a especificidade de cada uma das valências e, simultaneamente, congregue os princípios subjacentes à identidade da Instituição, enquanto espaço de partilha de responsabilidades. É urgente e necessário definir o sentido global do trabalho a desenvolver por cada uma das valências da Instituição, de modo a responder aos contextos em que as mesmas se inserem e que haja um fio condutor entre todas. Desta forma, definir princípios orientadores que promovam o desenvolvimento pessoal e social dos utentes, em termos de qualidade de vida, quer da área da Infância quer da área Sénior, é prioritário. Só assim se conseguirá registos de empenhamento e dedicação de forma organizada de todos os colaboradores da Associação Boa Hora, contribuindo para a melhoria de qualidade de vida de todos os utentes.

Delinear um Projeto Educativo não é tarefa fácil pois implica traçar uma rota para melhor saber por e para onde se caminha, envolvendo a comunidade em geral. É no Projeto Educativo que podemos encontrar a orientação que nos permitirá construir o caminho para atingir de forma consciente as metas a que nos propomos.

 Projeto Educativo…

 «Conta-me uma história, dar-te-ei um sorriso!»

 O Projeto Educativo é o documento que consagra a orientação educativa de três anos, no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais a Associação Boa Hora se propõe cumprir a sua função educativa.

O documento do PE, elaborado com a participação das coordenadoras das diversas valências desta Instituição, a partir da análise da realidade, estabelece a identidade da Instituição, adequa o quadro legal em vigor e apresenta uma projeção do futuro. É o ponto de referência, de orientação e motivação de toda a atividade institucional, dotando as valências da eficácia necessária para alcançar os objetivos pretendidos, tal como a autonomia desejada.

Conscientes da realidade, das limitações e com a convicção de que só com a cooperação de todos os intervenientes no processo educativo se pode obter resultados com qualidade e equidade, pretendemos que este PE se constitua como o elemento que, simultaneamente, nos unifica e distingue na nossa comunidade educativa, assumindo-se como um processo dinâmico de mudança.

A nossa escola, a nossa terra, o mundo mudou. Mudou o tempo em que saber ler, escrever e contar significava emprego, estabilidade e segurança, em que a sociedade e os pais valorizavam o conhecimento e reconheciam a escola como instrutora e formadora. Mas, a sociedade, a família, os pais, os alunos, os professores e a escola mudaram e tem de continuar a mudar para responder aos desafios do século XXI.

Vivemos no mundo da comunicação, da tecnologia, da globalização, da instabilidade, da sustentabilidade, do efémero, da mudança de mentalidades e do conceito de família. Estamos na era da informação, onde o conhecimento, a criatividade e as inteligências múltiplas constituem efetivamente um capital. É uma época de transição, em que o poder está a ser transferido para o indivíduo e daí a formação integral e o desenvolvimento humano assumirem um papel preponderante.

Cabe a todos os intervenientes educativos a tarefa de capacitar as crianças e idosos para viverem numa sociedade em permanente processo de transformação, o que implica ultrapassar as dimensões cognitivas e instrumentais, para trabalhar também a criatividade e a responsabilidade social, a par de componentes éticas, afetivas, físicas e espirituais, tendo em conta a sua diversidade, interesses e culturas, contribuindo para a sociabilização das mesmas, para a construção da sua personalidade e para o seu desenvolvimento integral.

Ao respeitar o passado, viver o presente e pensar no futuro, estamos a promover a realização pessoal em harmonia com os valores da comunidade e a apelar à construção de uma identidade da Instituição. Pensar no futuro e escolher e tomar decisões antecipadamente, integrando-as de modo organizado e funcional, para produzir um resultado articulado, para enfrentar a mudança na continuidade, é fundamental.

Já estamos a percorrer o caminho: a planear, a realizar, a unir, a atuar, a avaliar, a introduzir ajustamentos que permitem enfrentar os novos desafios, daí o lema do Projeto Educativo deste próximo triénio – «Conta-me uma história, dar-te-ei um sorriso!».

Este PE debruça-se sobretudo para a necessidade de estimular as experiências entre gerações fora do contexto familiar, rompendo com o isolamento social do idoso, favorecendo o seu convívio. Os idosos sentem o dinamismo das crianças e acabam por participar nas atividades propostas de forma mais ativa. A título de exemplo, temos atualmente a decorrer uma parceria com «Os Jogos do Hélder», inserida no programa “Ganhar Sorrisos”, com o objetivo de promover o envelhecimento ativo dos utentes do Centro de Dia. As crianças das valências da AAAF e CATL também jogam estes jogos, criando uma interação saudável entre ambos os grupos etários!

 Além de incentivar a comunicação intergeracional, este PE visa igualmente:

  • Criar vínculos afetivos, ampliando as relações interpessoais e sociais;
  • Resgatar a preservação da memória;
  • Incentivar a prática multidisciplinar;
  • Proporcionar a integração entre as diferentes faixas etárias;
  • Proporcionar a troca de experiências;
  • Melhorar o desempenho escolar;
  • Sedimentar valores da cidadania.  

Além de trabalhar competências sociais, trabalha-se de forma transversal competências

Cívicas. Os idosos, no papel de avós, semeiam, nas crianças, os valores de solidariedade e de respeito pela diferença, que hoje são o fio condutor da educação! Atualmente fala-se tanto em justiça, honestidade, respeito, ética e moral, mas entre falar e exercer, praticar ou promover tais valores, para muitos, há uma grandiosíssima distância. Mas o que é que se pode fazer para aprimorar o que parece que se está a perder definitivamente?
           A família, na sua nova estrutura, não assume mais o seu papel de “célula-mãe” da sociedade. E, se é na família que se aprende primeiro, será que não se ensina mais os valores básicos de convivência? Onde está o respeito que é fundamental entre as pessoas, pelo idoso, pelo meio-ambiente, pela comunidade…? É necessário que se repense os atos, as palavras e os valores antes que o pior aconteça. Não valerá a pena olhar para trás e lamentar o que podia ter sido feito e não foi.
           No meio deste ativismo diário, induzido pelo capitalismo em que a vida transcorre, não sobra tempo para cuidar do que realmente importa: a família. Quando se pensa que ainda é manhã, já é noite; quando se olha para o filho ou a filha, pensando que ainda é uma criança, já é uma pessoa adulta e acaba a oportunidade para ensinar o que é honestidade, justiça, ética, respeito, obediência, tolerância, solidariedade e tantos outros valores. E, para descargo de consciência, encolhe-se de ombros e diz-se: “Será que o mundo se encarregou de os ensinar?! E o que chega às nossas casas através dos meios de comunicação, acaba por dar uma ideia clara do que acontece por falta dos valores morais e éticos…

Verifica-se na sociedade atual uma incrível perda de valores, que se traduz em vidas cada vez mais desorientadas e vazias. Mas pior que a perda de valores é a adoção de novos valores, que nos levam a estilos de vida fáceis, vulgares, frívolos, iludidos, também eles vazios. As escolas são cada vez menos, os chamados modelos ideais de transmissão de valores às nossas crianças, elas estão a ficar desprovidas de valores. Os pais constituem o agente da socialização mais influente no que se refere à aquisição de comportamentos e atitudes nas práticas diárias das crianças e jovens, ora se as crianças chegam à escola sem valores como: a honestidade, a lealdade, a camaradagem, a dignidade, o respeito mútuo, qual é o papel dos professores? Devem eles, estar preparados para cumprir as suas responsabilidades, não só em relação a si próprios, mas fundamentalmente junto daqueles a quem devem servir, ou seja, as crianças e os jovens. Contudo, não é fácil modificarem-se comportamentos e atitudes, é sem dúvida uma tarefa que exige um empenhamento diversificado de todos os que, a diferentes níveis, têm responsabilidades na estruturação da educação para os valores. Perante uma realidade social que é pouco apelativa para o respeito de valores, qual o significado e que repercussões vai ter na formação da criança, falar-lhe em responsabilidade, lealdade, compreensão, respeito pelo outros, em aquiescência e respeito pelas regras estabelecidas ou em equidade de oportunidades, a serem aplicadas durante a sua presença nas atividades escolares, quando a criança, no seu dia-a-dia, em casa, nos transportes, na rua do seu bairro, no centro comercial, no supermercado, na praia…, é constantemente “bombardeada” de anti valores, ou seja de comportamentos que são o completo antagónico do que devem ser os valores íntegros do ser humano.

Numa sociedade em que impera a insolência, o desrespeito, a ofensa, a afronta, a escola e Instituições assumem um papel preponderante, os professores e outros agentes educativos são forçosamente os principais responsáveis capazes de lutar contra a atonia que reina fora das escolas e devem ser vistos como o riqueza da sociedade e não como meros meios de emissão de conhecimentos. A família tem pois, que assumir as suas responsabilidades na educação dos seus filhos, e não exonerar essas funções na escola e aos restantes intervenientes educativos.

Com este PE pretendemos proporcionar aos idosos um envelhecimento ativo, aliviando situações de morbilidade física e psíquica, de fragilidade e dependência e, proporcionar às crianças diferentes experiências que lhe despertem a curiosidade e o espírito crítico!

A educação nos valores e para os valores é uma urgência na nossa sociedade, enquanto a família estiver de costas voltadas para com os que se assumem de educadores, quer nas escolas, quer nas Instituições, estarão de costas voltadas para com os próprios filhos.
A educação para os valores deve ser então, equacionada, mas o mesmo só será possível quando a sociedade se unir em torno desta amarga realidade a que estamos constrangidos…

Novos dias virão, com incertezas ou certezas de um futuro melhor! Temos sim de preparar armas para travar uma luta de igual para igual, humanizando a vida e apelando a sentimentos nobres de conteúdos… porque, as crianças de hoje, serão os Homens de amanhã e os nossos idosos a ponte entre o passado e este futuro!

 Contextualização
Socioeconómica da Associação Boa Hora
  1. Breve reflexão

O PAPEL DA ASSOCIAÇÃO NA COMUNIDADE

 

Tendo em consideração a existência dos problemas sociais existentes na Gafanha da Boa Hora há várias décadas, problemas esses que parece que passam ao lado dos organismos a quem compete intervir e que por via dessa inação e em cada dia que passa, se verifica uma acentuada degradação económica das famílias e da população em geral, resultante de fenómenos como os da emigração, falta de oportunidades e precariedade no emprego, baixos salários, educação, formação profissional, deficiente sistema de ensino, etc.

            Para além destes fatores, acrescem o envelhecimento galopante da população, onde os idosos vivem muitas vezes o drama do abandono e da solidão, entregues por isso à sua sorte, bem como uma parte das nossas crianças, também elas vítimas indefesas da situação política e económica do país, muito embora nem elas bem como os idosos, nada tivessem contribuído para a situação criada.

              Foi para suavizar muitas das situações criadas, que apareceu a Associação Boa Hora, que através de um punhado de pessoas, que não olhando só para o seu umbigo e com a sua sensibilidade, deram as mãos e criaram esta Instituição que ao longo de escassos anos tem contribuído de forma decisiva para a melhoria de vida de largas dezenas de famílias, que através dos serviços que lhes presta, quer no apoio a centenas de Crianças, bem como a dezenas de Idosos, que a cada dia que passa, vão conseguindo a restituição da esperança, da felicidade, da alegria de viver e sobretudo da dignidade. 

              É por isso que a ação da Associação Boa Hora, por estranho que pareça, muitos ainda não compreenderam ou infelizmente se recusam a compreender o papel fundamental da Instituição na Comunidade, quer seja na criação de cerca de três dezenas de postos de trabalho, sendo umas das maiores empregadoras do concelho na área social, que permite a dinamização da Freguesia a nível dos agentes económicos ou seus fornecedores existentes na Freguesia.

              Por outro lado e a despeito da redução e atraso nos apoios resultante de parcerias estabelecidas com diversos organismos oficiais, com a agravante da galopante subida de custos da quase totalidade dos bens de primeira necessidade, como sejam; o pão, o leite, o queijo, a carne, o peixe, o gás, a eletricidade, os transportes, etc., fazem com que as Instituições do concelho se encontrem neste momento a passar por graves dificuldades financeiras, não permitindo a algumas Instituições a sua sobrevivência a muito curto prazo, pelo que a Associação Boa Hora não fugirá à regra. 

            Neste quadro, impõe-se uma intervenção urgente dos poderes públicos e intervenientes, para uma revisão de critérios na ação, assunção das suas responsabilidades e reforço atempado das suas comparticipações financeiras, porque se assim não acontecer, muito dificilmente as Instituições poderão cumprir o seu papel na sociedade. Apesar disso, continuaremos sem desfalecimentos e jamais abandonaremos a nossa caminhada em defesa dos ideais e dos objetivos em que acreditamos, em benefício de todos aqueles que socialmente se encontram em situação de grande fragilidade.

            Esses poderão sempre, contar connosco.

Presidente da Associação Boa Hora,

                        Manuel José F. Bogalho

  1. Caracterização da Instituição / Meio Social

            A freguesia da Gafanha da Boa Hora tem cerca de 34 Km de área com uma extensão de 9 km rodeada por uma floresta imensa e verdejante, terras de cultivo bastante férteis, uma praia com um extenso areal e pelas águas agitadas e frias do oceano Atlântico. Devido à sua localização e características geográficas, as atividades económicas de subsistência eram, sobretudo, a pesca e agricultura. Contudo, os tempos mudam e a evolução é inevitável.

             É na década de noventa que se assiste ao abandono destas atividades económicas ditas tradicionais, dando lugar a um desenvolvimento comercial e industrial, sobretudo ao nível das indústrias transformadoras, com o aparecimento de micro empresas de carácter familiar. Desde então e, até agora, a atividade industrial, a construção e o turismo/restauração, tornaram-se importantes fontes de subsistência para toda a população da Freguesia da Gafanha da Boa Hora. Isto porque tratam-se de atividades que oferecem empregos fixos que garantem um salário regular fixo para fazer face às necessidades e dificuldades económicas do agregado familiar.

            Ao longo do tempo e com a crescente afluência de pessoas, bens e comércio surgiram algumas infraestruturas de apoio à comunidade, nomeadamente:

                        – Junta de freguesia

                        – Casa do Povo

                        – Posto Clínico

                        – Correios

                        – Parque de Campismo

                        – EPAV

                        – Centro Comunitário

                        – Posto de Turismo Sazonal

                        – Centro Escolar, contemplando o pré escolar e 1.º Ciclo

                        – Praia da Vagueira

                        – Ria (pesca desportiva, praia fluvial, desportos náuticos)

                        – Parque Infantil da Vagueira

                        – Parque aquático

                        – Parque de Merendas.

 Um dos organismos mais importantes de apoio à comunidade é a Associação Boa Hora.

 A Associação Boa Hora foi fundada em Maio de 1996 pelas mãos de um grupo de pessoas residentes na Freguesia da Gafanha da Boa Hora que, preocupadas pela situação social do local, se aperceberam da necessidade e da inexistência de serviços sociais de apoio a crianças, jovens e idosos. Esta é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, guiada por valores humanos que promovem a qualidade de vida dos utentes através de atividades que lhes despertam o sentido para a vida. De facto, o desenvolvimento e a concretização deste projeto deveu-se, por último e o mais importante, ao facto de esta ser uma das freguesias do concelho de Vagos onde se regista mais famílias em risco social vítimas da pobreza, do desemprego, do alcoolismo, da violência doméstica e da própria desestruturação familiar.

  1. Centro Comunitário da Gafanha da Boa Hora

            Com a crescente aderência e satisfação das pessoas, os membros da associação lançaram-se num desafio que custou a todos e, mormente, ao presidente desta –  Manuel José Ferreira Bogalho, muitas dores de cabeça e noites sem dormir. Esse desafio era a construção de um Centro Comunitário que é hoje, graças a eles, uma realidade. Foi em Outubro de 2004 que ainda, sem muito material e com grande esforço de todos os funcionários, que os serviços mudaram para a nova casa, sendo esta inaugurada a 22 de Janeiro de 2005.

            Atualmente, estão em pleno funcionamento no Centro Comunitário da Associação Boa Hora, as valências da CRECHE, CATL – Centro de Atividades e Tempos Livres; AAAF – Atividades de Animação e Apoio à Família; Centro de Dia e S.A.D. – Serviço de Apoio Domiciliário, tendo a construção do Lar de Idosos, um projeto em vista.

 Áreas de Apoio na 3.ª Idade
  1.  S.A.D. – Serviço de Apoio Domiciliário

            Em Maio de 2000 surge um novo tipo de serviço social – o Serviço de Apoio Domiciliário. A valência de Apoio Domiciliário tem o objetivo de prestar apoio no domicilio a pessoas idosas e/ou em situação desfavorecida por carência económica, doença, deficiência, invalidez ou outras que não pode fazer face temporariamente ou permanentemente às suas necessidades.

            O Serviço de Apoio Domiciliário zela, primeiramente, pela comodidade, conforto, bem-estar dos nossos utentes possibilitando a ligação às suas recordações, aos seus haveres e a todas as lembranças associadas às suas vivências. Deste modo, este serviço poderá fortificar a sua afetividade e o sentimento de viver com qualidade.

Os objetivos principais são os seguintes:

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das famílias;

Contribuir para retardar ou evitar o internamento institucional, possibilitando a permanência no seu meio habitual de vida junto daqueles com quem conviveram durante longos períodos de tempo, como os amigos e vizinhos;

Contribuir para o equilíbrio e bem-estar;

Cuidar e acompanhar outras pessoas não idosas que por vezes se vêm em situações de dependência temporária ou permanentemente;

Promover a autoestima assim como a qualidade de vida no seu meio habitual.

O nosso principal objetivo é, sem dúvida alguma, o acarinhar, acompanhar e incentivar o idoso.

O Serviço de Apoio Domiciliário abrange todos os lugares da Freguesia da Gafanha da Boa Hora – Gafanha do Areão, Gafanha da Boa Hora, Gafanha da Vagueira e Praia da Vagueira, Barra de Mira (freguesia da Praia de Mira) e Gafanha do Carmo.

  1. Centro de Dia

            Em Junho de 2005 começou a funcionar outro serviço de apoio aos idosos – o Centro de Dia. A valência de Centro de Dia destina-se a acolher pessoas idosas, tendo em vista evitar ou reduzir o internamento e a dependência, apresentando-se como uma estrutura aberta, permitindo continuar a manter-se no seu ambiente familiar e integradas na comunidade, assegurando as necessidades básicas numa perspetiva globalizante.

Vivemos uma sociedade cada vez mais envelhecida. Este envelhecimento da população representa não só um êxito da sociedade, como também um desafio para a mesma. Envelhece-se de várias maneiras distintas mas, pode-se fazer muitas coisas para envelhecer bem e com vitalidade. Deste modo, procurar oportunidades de desenvolvimento, melhorar as potencialidades e compensar défices é sempre possível.

O envelhecimento ativo é pois o novo paradigma para a velhice. O idoso deve manter a sua participação ativa e este é um desafio a todos nós, também futuros idosos. Cabe aos cuidadores deste grupo, estimular as suas funções vitais com diferentes exercícios adequados assim como esclarecimentos e sensibilizações para uma vida de qualidade, preservando assim, as competências físicas e mentais dos idosos garantindo-lhes a sua autonomia e independência.

Neste contexto, procuramos com a realização de atividades socioeducativas, dar uma resposta válida a esta situação, apresentando uma filosofia que assenta na promoção do bem-estar nas suas diversas vertentes e combate à solidão.

Desde Setembro de 2007 que tem vindo a ser dinamizadas diferentes atividades que se baseiam de forma a motivar os utentes a adotar uma atitude ativa e participativa na vida.

Estas atividades repartem-se por diversos Ateliers, dinamizados pela Animadora Sociocultural e pela auxiliar de ação direta do Centro de Dia, que incorpora diferentes temas:

Gerontomotricidade: Movimento na terceira Idade  – O principal objetivo deste Atelier  visa  dar a entender o quanto a atividade física contribui para uma melhor qualidade de vida , de forma a enfrentar a velhice com mais energia. As atividades desenvolvidas incorporam: ginástica adaptada aos adultos Seniores, jogos, expressão corporal, e pequenos passeios pedestres.

Vida Saudável: Alimentação e técnicas terapêuticas Neste atelier pretende-se promover hábitos de vida saudável partindo de uma série de iniciativas e de ações que visam diminuir o risco de doenças e esclareçam os utentes de determinadas patologias que os envolvem. Deseja-se igualmente, disponibilizar aos mesmos, técnicas terapêuticas naturais como reflexologia e massagens terapêuticas de modo a ajudar os mesmos no seu estado espiritual, energético e psicológico.

Academia dos Saberes Este Atelier agrega diferentes áreas de expressão e saberes funcionado de acordo com as datas festivas e/ou atividades integradas na instituição. São dinamizadas as seguintes áreas: Leitura e criação de histórias; Trabalhos Manuais; Espaço Maior Idade (promovido pelo pólo educativo da Gafanha do Carmo); Expressão Musical; Expressão Dramática “ Porque a Idade não estão expressão”; Culinária e Ciência Divertida.

Com este atelier pretende-se essencialmente proporcionar um espaço social onde a participação das pessoas seja valorizada e considerada necessária, ou seja, se sinta útil. Deseja-se também contribuir para uma maior ocupação de tempos livres de forma a combater a solidão que tanto atormenta esta faixa etária.

Interinstituições Este atelier é promovido por todas as instituições do nosso concelho e pretende fundamentalmente o convívio entre os utentes séniores, promovendo a integração social, o reforço de laços de amizade e combater o isolamento e o ócio ocupando os seus tempos livres através de atividades diversificadas e enriquecedoras.

Neste Atelier também se incorpora a projeto “ Vida Mais” organizado pela Diocese de Aveiro que pretende sobretudo a interação de convívio entre os utentes do distrito de Aveiro. É um projeto mais alargado e que é dinamizado nas datas mais importantes do ano.

(Re) Descobrir o Nosso Património Com este atelier pretende-se oferecer aos utentes novos conhecimentos, realidades e diferentes culturas do nosso país com atividades diferentes e enriquecedoras. Já foram dinamizadas as seguintes atividades: visualização de imagens do distrito de Leiria (lugares, artesanato e gastronomia) e passeio à Batalha e a Óbidos.

Além destes ateliers, são dinamizadas outras atividades como: Reza do Terço, Gerontopsicomotricidade (Treino cognitivo, visual e de coordenação motora); Teclar ( proporcionar novas aprendizagens); Dinâmicas de grupo (debater ideias e partilhar conhecimentos); Passeios e Visitas ao Exterior e jogos (Proporcionar momentos de prazer e bem-estar e conhecer novos lugares).

Estas atividades definem-se pelo seu carácter dinâmico que integra todo o tipo de modalidades (motora, cognitivo e afetivo). De forma a motivar a participação de todos os utentes a animadora procura sobretudo dar importância aos interesses, motivações e estado de espírito dos idosos, pelo que, sempre que necessário, alterar as atividades previstas. Valorizar as capacidades, competências, saberes e culturas dos mesmos, aumentando a autoestima e confiança e cria um ambiente sereno e de carinho. Todas as áreas articulam-se harmoniosamente em torno do tema  central que é o envelhecimento ativo.

 Áreas de Apoio na Infância
 Organização do Ambiente Educativo

 “O contexto Institucional de educação pré-escolar/1ºciclo deve organizar-se como um ambiente facilitador do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças. Este ambiente deverá ainda proporcionar ocasiões de formação dos adultos que trabalham nesse contexto.

Esta organização diz respeito às condições de interação entre os diferentes intervenientes – entre crianças, entre crianças e adultos e entre adultos – e à gestão de recursos humanos e materiais que implica a prospeção de meios para melhorar as funções educativas da Instituição.

Por estas razões se considera que a organização do ambiente educativo constitui o suporte do trabalho curricular do Educador/Professor.”

                                                                       In, Orientações Curriculares (2002), pp. 31

  1. C.A.T.L. – Centro de Atividades de Tempos Livres

    AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular

    Programa de Generalização de Refeições Escolares   

No ano de 1998, nas instalações da Junta de Freguesia, Caso do Povo e Centro de Catequese, teve início uma das valências promovidas pela Associação, nomeadamente o ATL – Atividades de Tempos Livres, para dar resposta às necessidades das crianças e respetivas famílias. A falta de tempo, aplicada quase exclusivamente na satisfação das exigências profissionais, não dá muita margem de manobra para que as famílias se ocupem devidamente das suas crianças e foi neste contexto que se justificou, e continua a justificar, a dinamização da valência do ATL. A progressiva saída da mulher do lar e sua entrada no mundo laboral, implicou que as crianças ficassem um pouco à mercê de si próprias ou ao encargo de idosos que muitas vezes também necessitavam de apoio. Esta entrada no mundo laboral deveu-se, essencialmente, à criação da zona Industrial de Vagos que, situada nos arredores do Concelho de Vagos, ofereceu muitos postos de trabalho levando grande parte das famílias a abandonar a agricultura e as pescas que eram, até então, as grandes fontes de subsistência.

Com o aparecimento das Atividades de Enriquecimento Curricular, estabelecida na Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro, na versão que lhe foi dada pela Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto, que aprovou a Lei de Bases do Sistema Educativo, foi necessário provocar algumas alterações quanto ao modelo de funcionamento do ATL clássico. Registou-se a alteração na denominação da valência em questão, passando de ATL para C.A.T.L. – Centro de Atividades de Tempos Livres, com extensões de horário e interrupções letivas. Nesta modalidade, a Instituição, através da valência de CATL, pressupõe um funcionamento articulado com o período extracurricular das 4 escolas da Freguesia – E.B.1 de Areão, E.B.1 de Boa Hora, E.B.1. de Vagueira e E.B.1 de Vagueira Norte, apoiando a família no início e/ou final do dia e durante as interrupções letivas, com almoço.

O número de crianças inscritas na valência de CATL não tem vindo a aumentar ao longo dos anos devido à implementação das Atividades de Enriquecimento Curricular, acima descritas, das 15h30m às 17h30m nas escolas. Apesar de continuarmos a prestar praticamente os mesmos serviços, os Encarregados de Educação têm vindo a optar, maioritariamente, apenas pelo serviço do almoço. Perante esta realidade e de forma a poder dar cobertura no fornecimento de refeições escolares nos quatro estabelecimentos de ensino do 1.º Ciclo da Freguesia da Gafanha da Boa Hora, surgiu o Programa de Refeições Escolares aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico, lançado pelo Ministério da Educação. Foi então estabelecido uma parceria entre a Câmara Municipal de Vagos e a Instituição – Associação Boa Hora. No ano letivo 2007/2008, a Associação Boa Hora passou a fornecer diariamente refeições confecionadas na sua cantina a cerca de 95 crianças do 1.º Ciclo, prestando um serviço de qualidade, uma vez que tem disponível equipamentos e meios adequados para a confeção das refeições, cumprindo os requisitos de qualidade e higiene necessários para o efeito. No ano letivo 2008/2009, o número de crianças a necessitar deste serviço é praticamente o mesmo. Contudo, estes números sofreram alterações a partir deste ano letivo. Com a constante emigração e a baixa natalidade, verifica-se um menor número de crianças a frequentar o CATL e, por conseguinte, o Programa de Refeições Escolares aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Foi inaugurado no ano letivo 2014/2015 o Centro Escolar da Boa Hora, congregando o ensino pré escolar e 1.º Ciclo, revelando ser uma resposta desproporcional tendo em conta o número de crianças a frequentar.  

Educar para a Cidadania é, sem dúvida alguma, uma necessidade, urgência até. As crianças passam maior parte do seu tempo na escola, restando um período de tempo muito limitado de convivência com a família e entes queridos. Quer o CATL, quer a AAAF têm um papel preponderante na questão da transmissão de valores e normas cívicas.

Na dita Escola a Tempo Inteiro, são reforçadas nas crianças competências específicas das áreas curriculares, não libertando o professor para o desenvolvimento e reforço de uma cidadania ativa nos alunos. É claro que todos os dias o professor chama atenção ao aluno, conversa com este alertando para as regras sociais, mas não é suficiente porque a família não consegue fazer a articulação com a escola, ou por falta de tempo, ou por pura demissão do papel da família na educação e transmissão de valores.

 De acordo com as linhas orientadoras do Ministério da Educação, existem algumas considerações relevantes na educação para a cidadania: “Desde a educação pré-escolar, não basta aprender, é necessário compreender e saber usar o que se aprende, é preciso que cada criança desenvolva todas as suas capacidades e a sua personalidade, aprendendo regras de convivência social que reforcem a sua integração e a sua autonomia.”

            Tendo como base estas linhas orientadoras, foi igualmente desenvolvido um plano de atividades complementares à educação para a cidadania no CATL. Estas atividades visam criar oportunidades de concretização de competências a desenvolver e explorar a nível de atitudes e valores, e também a nível de desenvolvimento pessoal e interpessoal. A persistência no decalque de determinadas regras sociais capacitará as crianças para a tomada de atitudes tão simples como, por exemplo, saber ouvir, desculpar, pedir desculpa, aceitar críticas, argumentar e contra-argumentar, tomar decisões, refletir e Auto questionar-se, ou atitudes tão simples como pedir ajuda, apoio ou conselho.

 O desconhecido deve ser desvendado com alguma ajuda dos adultos, que conhecem melhor o significado das coisas, que ajudam a interpretar, que chamam a atenção para algo particular. Contudo, a criança para crescer necessita de impulso e desafios, não de situações de aprendizagem quase, ou até mesmo, gratuitas, sem ausência de obstáculos. Os meninos devem ser conduzidos a descobrir, procurar, explorar, a terem outra visão do mundo que não aquela a que estão acostumados! Neste sentido, o trabalho dos educadores é perene, ininterrupto e sempre atual, em eterna caminhada em prol de uma melhor preparação das crianças que futuramente terão de encarar situações, não como apenas exercícios, mas sim como desafios da vida! Ou seja, junta-se o útil ao agradável. Trabalhamos as competências sociais com as crianças, ao mesmo tempo que elas aprendem e descobrem de uma forma muito natural, até lúdica.

A idade escolar…

É ao longo desta etapa, ou seja, a partir dos 6 anos, que a criança completa o seu desenvolvimento físico, motor e psicológico. É uma época crucial, que determina evidentes diferenças no grau de desenvolvimento tanto em função das aptidões inatas, consequentes dos condicionantes genéticos, como do meio familiar e social em que a criança vive e a educação que recebe. As eventuais diferenças no ritmo de amadurecimento devem ser respeitadas, de modo a proporcionar à criança o máximo de estímulos, mas sem exigir-lhe mais avanços dos que realmente pode alcançar, pois caso contrário passa por constantes frustrações que prejudicam o seu desenvolvimento.

O início da idade escolar é marcado, sobretudo, pela aprendizagem da escrita e da leitura, factos que proporcionam um novo mundo de possibilidades de conhecimentos e de comunicação à criança. O amadurecimento do sistema nervoso permite-lhe entender conceitos abstratos extremamente importantes para poder organizar a sua vida (noções do tempo, como ontem e amanhã) e para a própria leitura e escrita (noções de espaço, como esquerda e direita, cima e baixo, trás e frente). Um acontecimento muito importante na vida da criança é o pensamento lógico, baseado em questões concretas que lhe permitem refletir, deduzir e tirar as suas próprias conclusões das coisas. Já pode aprender a contar e, por vezes, começa a pensar em questões metafísicas, tendo igualmente uma ideia do que é a morte. Esta é a “idade da razão”, o momento em que começa a distinguir o bem e o mal, o que é permitido e o que é proibido. Para além disso, aprende a fazer raciocínios sem se ter de apoiar em objetos concretos, domina ideias cada vez mais concretas, desenvolve a sua capacidade de concentração e a sua capacidade de memorização, fatores essenciais ao nível do desenvolvimento intelectual.

Esta fase é igualmente importante a partir de outras perspetivas, já que constitui um momento crítico na formação da personalidade e no estabelecimento de novos círculos de relação, em que a criança tem, de um lado, o âmbito do seu núcleo familiar e, do outro lado, o formado pelos companheiros e professores da escola. A partir do quinto e sexto ano de vida, crianças passam a dar um crescente valor à amizade. Embora já comece a ter “amigos íntimos”, a idade escolar é uma época de transição em que o mundo da família e o dos amigos têm uma importância semelhante; em seguida, começa outra etapa, a da puberdade e adolescência, descrita num outro capítulo desta obra, ao longo da qual o centro da relação começa a afastar-se definitivamente da família, momento em que a criança culmina o desenvolvimento da sua personalidade. O período entre cinco a nove anos de idade é marcado pelo desenvolvimento psicológico da criança. Esta continua a se desenvolver fisicamente, lenta e gradualmente, mas acima de tudo elas se desenvolvem e amadurecem socialmente, emocionalmente e mentalmente.

Na maioria dos países, crianças precisam ir à escola, geralmente a partir do sexto ou do sétimo ano de vida. Nesta faixa etária, regras básicas da sociedade são mais bem compreendidas. Aqui, é dada ênfase à capacidade de resolução de problemas, uma habilidade que é aperfeiçoada com o passar do tempo. A racionalização também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o quinto ou sexto ano de vida, as crianças muitas vezes procuram resolver problemas através da primeira solução – certa ou não, racional ou não – que vem à sua mente. Após o quinto ou o sexto ano de vida, a criança passa procurar por diversas soluções, e a reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica ao solucionamento do problema. Por volta dos sete ou oito anos de idade, as crianças passam a racionalizar seus pensamentos e suas crenças, procurando as razões, os porquês por trás de um problema ou de um fato. Assim, as próprias crianças passam a analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade. Além disso, a partir dos seis anos de idade, as crianças passam a se comparar com outras crianças da mesma faixa etária. Estes dois factos, aliados ao crescimento da vida social da criança, diminuem a importância dos pais e da família como modelos de comportamento da criança, e aumentam a importância dos amigos e dos professores.

A comparação que uma dada criança nesta fase de desenvolvimento faz de si mesma à outra também afeta a autoimagem e a autoestima da criança – a opinião que uma pessoa tem de si mesma. O tipo de autoimagem formada durante a infância pode influenciar o comportamento desta pessoa na adolescência e na vida adulta. As crianças passam a desenvolver a autoimagem após os três anos de idade, à medida que as crianças se identificam com seus pais, parentes, e posteriormente, pessoas próximas. Esta autoimagem pode ser positiva ou negativa, dependendo das atitudes e das emoções das pessoas com as quais a criança se identifica. Crianças com autoimagens positivas geralmente possuem boas impressões de seus pais e uma ativa vida social; por outro lado, autoimagens negativas costumam ser fruto de famílias disfuncionais, onde o relacionamento entre seus membros seja problemático. A comparação que uma criança faz em relação a outras crianças pode alterar esta autoimagem. Além disso, vários outros fatores podem influenciar o comportamento de uma criança, como abuso infantil, problemas sociopsicológicos (vítima de agressão na escola, por exemplo) e eventos marcantes (perda de um parente ou amigo, por exemplo).

Os dentes de leite começam a cair no sexto ano de vida, um por um, até a adolescência. O crescimento de peso e altura é pequeno e semelhante entre meninos e meninas, que continuam a ter peso e altura semelhantes. Quanto à força física, em teoria, meninos e meninas desta faixa etária têm força física semelhante, mas meninos, por geralmente serem mais incentivados pela sociedade a participar de atividades físico-desportistas, tendem a ter um pouco mais de força física do que as meninas.

Quadro Síntese:

1. O Desenvolvimento da Criança de 6 e 7 anos:

 

Características do desenvolvimento

Orientações

●         Maior amadurecimento neuromuscular;

●         Vocabulário até 2.500 palavras;

●         Faz perguntas sobre tudo que a rodeia;

●         Tem iniciativa;

●         Distingue melhor a realidade da fantasia;

●         Curiosidade sexual mais acentuada;

●         Período de transição entre individualismo e participação em grupos maiores;

●         Mostra algum grau de pensamento abstrato;

●         Aumenta o poder de concentração da atenção.

●         Conhece e usa palavras descritivas e de ação;

●         Maior capacidade de compreender, discutir e enfrentar situações emocionais.

●         Dar tempo para completar as tarefas;

●         Dar oportunidades para usar a iniciativa, deixando-a agir por si mesma;

●         Encorajar a criança a tomar posse em grupos, mas não forçar;

●         Contar e fazer contar histórias;

●         Evitar chamar atenção, procurar colocar a criança à vontade. Evitar discussões.

2.O Desenvolvimento da Criança de 8 e 9 anos:

 

Características do desenvolvimento

Orientações

●         Aumento da coordenação dos pequenos músculos, apresenta maior habilidade manual;

●  Demonstra maior habilidade em distinguir fatos de ficção;

●         Direito da propriedade bem definido;

●         Está desenvolvendo pensamento lógico;

●         Maior habilidade em exprimir suas ideias, em definir seus problemas;

●         Maior capacidade em aceitar críticas e em avaliar a si própria;

●         Tem interesse em pertencer a grupo;

●         Apresenta independência em relação à família.

●         Oferecer trabalhos manuais e brinquedos / brincadeiras mais elaboradas;

●         Proporcionar leituras selecionadas de acordo com as preferências e capacidades;

●         Deve cuidar de objetos pessoais e do grupo;

●         Orientar em generalizações, após várias evidências terem se apresentado;

●         Estabelecer clima que permita à criança concordar e discordar;

●         Orientar na apreciação do valor do outro, assim como no da própria criança;

●         Estimular a aprendizagem de práticas sociais.

3. O Desenvolvimento da Criança de 10, 11 e 12 anos:

Características do desenvolvimento

Orientações

●         Bom controle de grandes e pequenos músculos, apresenta aumento acentuado da força manual.

●         Coordenação visual e motora quase igual à do adulto.

●         Aprecia medir força física e habilidade com os outros.

●         Apresenta maior habilidade em generalizar e em pensamento crítico.

●         Interesse em explorar e experimentar.

●         Está apta a planejar com antecedência.

●         Pronta a assumir maiores responsabilidades.

●         Capaz de definir e compreender palavras abstratas.

●         Capacidade para generalizações mais rápidas, segue mais facilmente argumentos lógicos.

●         Maior sociabilidade.

●         Nova visão do mundo, mostrando maturidade progressiva.

●         Possibilitar recreação variada.

●         Orientar quanto à competição.

●         Procurar desenvolver atitude científica: fato X opinião.

●         Dar oportunidade para organizar atividades / eventos.

●         Orientar para estabelecer seus próprios objetivos e avaliar seu crescimento e sucesso.

●         Conversar, discutir suas opiniões, trocando ideias e sugestões.

●         Incentivar o diálogo com os colegas e outras pessoas.

●         Orientá-la e apoiá-la em suas iniciativas, deixando-a assumir suas responsabilidades.

  1. AAAF – Atividades de Animação e Apoio à Família

Ao mesmo tempo que o nascimento do ATL e exatamente pelos mesmos motivos, surgiu também uma valência que corresponde aos mesmos serviços deste último, mas direcionado para as crianças que frequentam a educação Pré-Escolar, nomeadamente a Componente de Apoio à Família – C.A.F.

Tal como o nome indica, esta valência é um complemento às necessidades das famílias, sobretudo quando as crianças precisam de se deslocar, almoçar e ter alguém qualificado que desenvolva e proporcione momentos lúdicos até ao momento em que os Encarregados de Educação regressam do trabalho.

A CAF recebe crianças de três estabelecimentos de ensino pré-escolar, nomeadamente do Jardim-de-Infância do Areão, Boa Hora e Vagueira. Contudo, ao contrário do CATL, o número de crianças a frequentar a Componente de Apoio à Família tem vindo a aumentar significativamente. Atualmente, encontram-se cerca de 45 crianças nesta valência.

 A CAF assume-se como um espaço integrado, de respostas flexíveis, instrumento de conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional dos Encarregados de Educação e educandos, procurando contribuir para uma maior qualidade de vida.

As Atividades dinamizadas na Componente de Apoio à Família são de estrutura leve e flexível, seguindo uma perspetiva lúdico-expressiva que permitem a cada criança ter o papel de criança, num ambiente socializador e educativo. As crianças devem brincar livremente, devendo estar disponíveis a novas brincadeiras quer com os seus pares e quer com quem estiver responsável por elas. É através da brincadeira que a criança se apropria dos significados culturais e, é através do jogo que ela dá significado vivencial às coisas aprendidas, aos conhecimentos adquiridos e às sensações sentidas. Brincar para a criança é indispensável ao seu crescimento harmonioso e robusto.

Desta forma, pode-se dizer que o principal objetivo das atividades dinamizadas na CAF são o fruir por parte da criança, aliado à sua segurança e bem-estar, privilegiando-se a livre escolha e a brincadeira espontânea. Só desta forma é que se pode libertar a criança das rotinas face às atividades letivas nos Jardins-de-Infância.

Apesar das atividades da CAF serem apresentadas num contexto mais informal e livre, o tempo que as crianças lá desfrutam é um tempo precioso de prazer e convívio, mas também de múltiplas aprendizagens em que se vão conquistando várias competências, como por exemplo, saber estar à mesa de acordo com as regras sociais.

É visível o maior envolvimento das crianças em atividades que não são impostas e/ou de carácter obrigatório num espaço diferencial. O espaço – diferente ao espaço habitual da sala em que realizam as atividades curriculares, é considerado um aspeto que pode condicionar a libertação de escolhas e socialização das crianças. Deve-se ter o cuidado de oferecer às crianças o espaço exterior para explorar, brincar, investigar, questionar, etc. Contudo, nem sempre estas oportunidades são oferecidas às crianças, nem se lhes pergunta o que querem fazer. Devemos sempre procurar saber o que as diverte e interessa, ouvir as suas ideias e sugestões e assim teremos um prolongamento com qualidade e felicidade!

A idade pré-escolar…

Crianças desta faixa etária começam a desenvolver os aspetos básicos de responsabilidade e de independência, preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de escola. As crianças desta faixa etária são altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo à sua volta. As crianças passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles podem ou não fazer.

Nesta faixa etária, a criança já compreende melhor o mundo à sua volta – tornando-se gradualmente menos egocêntrica – e melhor compreendendo que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta. Também passam a compreender que outras pessoas também possuem seus próprios sentimentos. Assim sendo, as crianças gradualmente aprendem sobre a existência de padrões de comportamentos – ações que podem ou devem ser feitas, e ações que não devem ser feitas. Os pais da criança – os principais modelos da criança, nesta faixa etária – geralmente determinam se uma dada ação da criança foi boa ou má, muitas vezes recompensando a criança pelas suas boas ações e castigando a criança pelas suas más ações.

Crianças, a partir dos três anos de idade, também passam a aprender padrões de comportamento de um processo chamado identificação. As crianças passam a se identificar com outra pessoa por causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa próxima como outro parente ou uma ama, por exemplo) e semelhanças físicas e psicológicas. Também a partir dos três anos de idade que as crianças passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e feminino, tanto nos aspetos físicos quanto nos aspetos psicológicos, como os estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com bola, menina brinca com boneca).

É ao longo deste período, entre os 3 anos e os 6 anos, que a criança fortalece as suas capacidades motoras e psicológicas já adquiridas e inicia o seu processo de socialização. A criança é capaz de realizar atividades motoras cada vez mais complexas, consegue vestir-se sozinha, atar os sapatos, lavar os dentes, saltar à corda e jogar à bola… Todavia, os avanços mais significativos produzem-se ao nível psicológico, tendo na curiosidade a sua principal ferramenta.

O quarto ano de vida é a “idade do porquê”, uma interrogação que a criança repete constantemente à procura de respostas que a deixem satisfeita. A criança recorre frequentemente a esta pergunta, pois como o seu processo de aprendizagem baseia-se na utilização da memória, apenas consegue adquirir conhecimentos se lhe repetirem várias vezes as coisas. No entanto, existem muitos casos, sobretudo quando as explicações não são concretas e, em especial, quando são evasivas, em que as suas perguntas parecem não ter fim.

Como a criança de 4 anos tem uma grande imaginação, é-lhe indiferente que lhe respondam com lógica ou que lhe dêem uma resposta irreal, chegando a ser capaz de adaptar a fantasia às necessidades de cada momento, pois tem uma enorme capacidade para criar histórias. Por vezes, a sua mistura entre realidade e ficção proporciona a elaboração de aparentes mentiras, algo que preocupa bastante os pais quando não compreendem o seu significado, já que a criança pode inventar respostas para explicar factos evidentes, de forma consciente, mas sem malícia, visto que muitas vezes não distingue o que se passou do que deseja ter-se passado. A criança apenas aprende a diferenciar a realidade da fantasia por volta dos 5 anos, momento a partir do qual, embora solicite explicações mais detalhadas, não é tão insistente, já que é capaz de deduzir e descobrir mais coisas por si mesma. Na maioria das sociedades, as crianças já aprenderam regras e padrões de comportamento básicos da sociedade por volta do quinto ano de vida. Elas aprendem então a discernir se uma dada ação é certa ou errada. A vida social da criança passa a ser cada vez mais importante, e é comum nesta faixa etária o que se chama de o(a) melhor amigo(a).

Ao longo desta etapa, as relações com os outros vão-se tornando mais complexas. A criança começa a manifestar um interesse crescente pela integração em grupos da mesma idade e uma maior capacidade para a participação em jogos. A sua interação social ainda é muito egocêntrica, já que ainda não leva em conta os pontos de vista dos seus companheiros. É precisamente esta progressiva capacidade de dar e não apenas de receber, de compreender os outros, de manifestar empatia e de tentar colaborar de forma construtiva em atividades comuns que realmente reflete o amadurecimento da criança.

 Criança dos 3 aos 4 anos – Atividades/ Estratégias:

– Conversas mais elaboradas;

– Histórias com mais pormenores e mais personagens, gosta de fantoches, teatros, imitações de vozes, expressões faciais;

– Exploração de imagens, aprofundando os pormenores nela contidos;

– Canções com gestos;

– Pintura de trabalhos com pincéis ou utilizando outros tipos de materiais.

Crianças dos 4 aos 5 anos – Atividades/ Estratégias:

– Modelagem com plasticina, barro;

– Recorte de imagens simples com tesoura, picotagem, dobragens simples;

– Jogos de imitação, de exploração dos sons, sensoriais, de locomoção;

– Pequenas dramatizações.

Crianças dos 5 aos 6 anos – Atividades/ Estratégias:

Todas as atividades apresentadas anteriormente mas muito mais elaboradas:

– Pintar dentro dos limites;

– Repetir sequências;

– Fazer ordenações;

– Dominós, puzzles, lotos, entre outros;

– Desenhar em papel quadriculado;

– Criar sequências.

Quadro Síntese:

1.O Desenvolvimento da Criança de 2 e 3 anos:

 

Características do desenvolvimento

Orientações

●         Melhor coordenação motora, tanto para flexão como para extensão. Controle do polegar.

●         Maior progresso na linguagem.

●         Interdependência das atividades mentais e motoras.

●         Aprende, ainda, principalmente por imitação.

●         Maior desenvolvimento da inteligência e poder de dedução.

●         Memória mais desenvolvida.

●         Negativismo acentuado.

●         Habilidade maior para expressar emoções.

●         Capaz de dramatizar (3 anos).

●         Observação de detalhes.

●         Atenção mais desenvolvida.

●         A criança necessita de espaço para correr e saltar. Deixar ao seu alcance uma tesoura sem ponta.

●         Conversar normalmente com a criança. Não imitar a fala infantil.

●         Oferecer espaços para o faz-de-conta.

●         Ter paciência, pois é uma condição normal do crescimento. Evitar as oportunidades de alternativas: pôr o assunto em termos definidos, falar clara e simplesmente com ela.

●         Dar oportunidades de dramatizar.

●         Solicitar que descreva gravuras.

2. O Desenvolvimento da Criança de 4 e 5/6 anos:

 

Características do desenvolvimento

Orientações

●         Melhor coordenação dos músculos grandes. Pequenos músculos das mãos mais desenvolvidos.

●         Capacidade para concentrar a atenção durante 15 – 20 minutos, aos 4 anos.

●         Imaginação muito fértil.

●         Tem senso de iniciativa; percebe que pode planear, ter e executar ideias.

●         Afetuosa – Curiosa.

●         É capaz de concentrar a atenção por períodos mais longos, 20 – 40 minutos, a partir dos 5 anos.

●         É mais segura de si mesma, tem capacidade de autocrítica.

●         Aparece o interesse pelo mundo fora do lar.

●         Oferecer brinquedos para que possa exercitar seus sentidos e músculos.

●         Contar histórias, ora reais ora fictícios, para que ela aprenda as diferenças.

●         Responder sempre as perguntas.

●         Ajudar a aceitar os limites necessários.

●         Dar oportunidade para compartilhar experiências com a família.

  1. CRECHE

“Uma criança desenvolve-se como as ondas do mar. É preciso dar-lhe liberdade de movimentos mas também ensiná-la a repousar para recuperar forças.”

Gérard Sévérin

            Em Setembro de 2004, ainda nas instalações da Junta da Freguesia da Boa Hora, começou a funcionar uma nova valência – a Creche. Este foi o primeiro serviço a mudar para as novas instalações. A Creche é um conjunto de espaços destinados a acolher crianças com idades compreendidas entre os 4 meses e os 3 anos. É composta pelo berçário – sala parque e dormitório – cuja capacidade máxima é de 10 bebés onde as crianças permanecem até adquirirem a marcha; pela sala de aquisição da marcha com capacidade de 12 crianças com idades compreendidas dos 12/15- 24 meses onde exploram ativamente o espaço que as envolvem e, finalmente pela sala de transição onde, num total de 16, convivem crianças de 24 meses aos 36 meses.

As rotinas são umas das primeiras aprendizagens dos bebés no universo da creche. Como afirmou Evans e Ilfield (1982) “ uma rotina é mais do que saber a hora a que o bebé come, dorme e toma banho e se vai deitar. É também saber como as coisas são feitas… as experiências do dia a dia das crianças são as matérias primas do seu crescimento.” De facto, as rotinas são extremamente importantes na vida destas crianças pois um horário diário consistente proporciona-lhes um sentido de continuidade e de controlo. À semelhança das crianças, também o adulto precisa de saber o decurso do dia a dia e ter a capacidade de modificar a sucessão das atividades e dos acontecimentos de acordo com as necessidades de cada criança, tornando o horário e as rotinas mais flexíveis.

            Contudo, estes horários e rotinas devem ser suficientemente repetitivos para permitir que as crianças treinem, explorem as suas competências de desenvolvimento e, apoiadas pelos adultos, um sentimento cada vez maior de controlo, de autonomia e de pertença. (Post e Hohmann, 2003)

            Os horários entendidos como a sequência diária de acontecimentos tais como: a chegada, o tempo de escolha livre, das refeições, da higiene, e as rotinas como sejam as interações com o adulto (principal prestador de cuidados) durante o almoço, a sesta e os cuidados corporais são, na minha opinião, autênticos momentos de aprendizagem sensório motora. Estes, devem ser adaptados às necessidades e temperamentos de cada criança, permitindo que ela passe suavemente ao seu ritmo de uma experiência para outra mais desafiadora.

As atividades motoras são, por excelência, os momentos mais marcantes dia a dia das crianças desta sala. Como é sabido, nesta idade a criança vai, progressivamente, tomando consciência e controle do próprio corpo aprendendo e testando tudo o que pode fazer com ele.

De facto, e atendendo ao que vem referenciado nas Orientações Curriculares, “o corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento, e de cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação com o mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem.”

            As atividades motoras devem ser valorizadas porque permitem que as crianças satisfaçam as suas necessidades de movimento, exprimam o seu poder pela exploração e pela descoberta, conheçam melhor as suas possibilidades de ação, contactem com materiais apropriados que suportem habilidades e diferentes tipos de movimento, convivam com os outros meninos, busquem o sucesso nas suas ações e, acima de tudo, progridam rumo a uma autonomia cada vez maior, aprendendo a utilizar melhor o seu corpo.

            Tal como refere Zabalza (1992:33) “o corpo é o conteúdo didático permanente (vivê-lo, cuidá-lo, usá-lo, usufruí-lo, etc.) da escola infantil.” Assim, está nas mãos do adulto planear adequada e antecipadamente o espaço, o tempo, as atividades, os equipamentos necessários e, ainda, todas as condições necessárias de segurança das crianças e do ambiente.

            O desenvolvimento global da criança, as suas descobertas e as aprendizagens centradas na sua corporalidade durante uma sessão de atividades motoras só fazem sentido se, em simultâneo, houver um clima de interiorização de regras e valores éticos, de cooperação, respeito e partilha. A aprendizagem de regras começa logo cedo com a partilha dos brinquedos e materiais que fomentam essa atividade motora. Os materiais são usados, nesta sala, de forma espontânea e livre mas nem sempre consensual pois, como acontece por exemplo no escorrega, todos querem escorregar ao mesmo tempo. Assim, cabe ao adulto, num clima de afeto e persistência, promover os tais valores referidos anteriormente.

Os olhos fixos, os ouvidos atentos, a boca muito fechadinha, a curiosidade e interesse sempre crescentes pelas histórias das crianças desta sala, movidos pela observação da Educadora, levaram a procurar qual a importância delas para a aprendizagem e para o desenvolvimento da imaginação das crianças.

De facto, todos os dias as crianças ouvem uma história, embora com palavras simples, apenas com um enredo, normalmente com uma personagem principal com a qual as crianças se identificam e com duas ou três personagens secundárias, o contar histórias revela-se uma atividade maravilhosa e mágica. Como afirmou Albuquerque “Contar histórias – e ouvir histórias – constitui uma atividade que se perde no princípio dos tempos (…) o contador de histórias cuja função era fundamentalmente encantar os ouvintes com a sua voz mágica e, subtilmente, sem eles o sentiram transmitir-lhes valores culturais.” De facto, um dos princípios fundamentais de uma boa pedagogia, segundo Albuquerque, é interligar a transmissão de conhecimentos, como por exemplo os referidos anteriormente, ao prazer da efabulação e à magia dos diálogos.

As histórias têm um papel relevante nas grandes aquisições linguísticas e cognitivas das crianças e são ainda uma estratégica pedagógica bastante divulgada na nossa realidade. Assim, segundo Bettelheim (citado por Albuquerque, 2000) as histórias ensinam a criança a superar problemas de crescimento, a ultrapassar dependências adquirindo um sentido de auto-aceitação e autoestima, a desenvolver a linguagem, a ajudar a construir uma ordenação do mundo e dos acontecimentos, a favorecer aprendizagens superiores como a leitura e a escrita e a descobrir mundos mágicos que a levam a fantasiar sobre eles, desenvolvendo a imaginação e favorecendo a organização mental (expor ou recontar um determinado assunto ou ideia).

Assim, e para concluir, a história é um instrumento essencial e a criança tornar-se-á mais rica e feliz quanto mais contos transpor para o plano real da sua infância.

 

Características das Diferentes Faixas Etárias 

         A criança, ao nascer, não traz hereditariamente formas prontas de conhecimento que evoluíram através dos anos com a maturação. Tampouco, podemos considerar a criança uma “massa amorfa” que vai saindo modelada aos poucos pela influência e reforços do mundo ao seu redor.

         A criança constrói os seus conhecimentos interagindo com o mundo em que vive e que seu pensamento cresce partindo de ações e não de palavras. O conhecimento não pode ser dado às crianças. Ele tem de ser descoberto e reconstruído através das suas atividades. As crianças aprendem melhor partindo de experiências concretas.

Por natureza, as crianças estão continuamente em atividade. Elas têm de descobrir e dar sentido ao seu mundo. Quando elas estão fazendo isto, elas refazem as estruturas mentais que permitem tratar de informações cada vez mais complexas.

         Este refazer de estruturas mentais torna possível a genuína aprendizagem – aprendizagem que é estável e duradoura. Quando essas estruturas, que são necessárias, não estão presentes, a aprendizagem é superficial.  

 

 

Berçário

 

Caracterização do grupo:

Ao nascer, a conduta da criança é determinada hereditariamente. Ela desenvolve os reflexos inatos, como, por exemplo o de sugar, por meios de exercícios funcionais, que são exercícios de repetição de seus atos. Na interação com os objetos e pessoas, a criança vai assimilando suas próprias reações aos estímulos que recebe.

         A partir dessas repetições e, consequentemente, assimilações, a criança vai construindo aos poucos uma lógica de ação. Por meio da ação, a criança de refere aos acontecimentos, recorda-os e pode produzi-los.

         O universo que inicialmente estava centrado no corpo da criança e em sua ação, vai sendo descentrado de tal forma que ela acaba por situar-se como alguém num universo maior, num universo de objetos permanentes.

O Berçário é composto por crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 12 meses. Estão numa fase em que a sua principal atividade é observar tudo o que as rodeiam.

Até os 3 meses ela é estimulada pelos pais ou responsáveis. Gosta de ser acolhida no colo e que lhe dêem atenção e carinho. Ela já sorri, consegue sustentar a cabeça quando colocada de bruços e já pode fixar o olhar por alguns instantes. Dos 4 aos 6 meses a criança já conhece as coisas segurando-as elevando à boca. Conhece as pessoas com quem convive e já estabelece uma relação afetiva com as mesmas. A relação com a mãe torna-se cada vez mais importante dos 7 aos 9 meses. Já reclama quando é deixada com estranhos. Demonstra muita curiosidade, quer pegar tudo o que pode alcançar. Dos 10 aos 12 meses a criança começa a querer andar explorando o ambiente, comunica-se por gestos e já pode começar a dizer as primeiras palavras. Gosta de brinquedos. Quando ela completa 1 ano o seu desenvolvimento físico passa a ser mais lento e não é tão visível como antes. A criança consegue ficar em pé antes dos 12 meses apoiando-se com as duas mãos em alguma coisa (móveis).

No que diz respeito à alimentação é um grupo heterogéneo, umas crianças mamam, outras bebem leite artificial e outras já comem sopa, fruta e papas).

Também é um grupo heterogéneo nas suas competências, ou seja, algumas crianças já se sentam, outras ainda necessitam de apoio para estarem sentadas, outras gatinham e outras já andam       O grupo demonstra grande interesse no exercício das suas capacidades vocais o que se verifica através da diversidade de vocalizações e sons que produzem. Nesta idade a boca não é apenas uma forma de obter alimento, mas a primeira forma de conhecer o mundo que a rodeia, assim na manipulação dos objetos que lhes são dados, agarram-nos metendo-os na boca. São crianças muito recetivas ao adulto, gostam muito de atenção, ou seja, conversa, sorrisos, colo e uma grande afetividade.

O Berçário é um “estágio” essencial para o estabelecimento dos alicerces mais adequados e equilibrados numa vida que se inicia, e que se quer bem sucedida. É aqui, que a criança vai ter contacto com os mais variados objetos começando a distinguir as formas, as cores, os cheiros e a descobrir e desenvolver novas sensações e emoções. Cabe ao adulto o papel importante de proporcionar à criança todos os meios para que esta possa explorar e desenvolver as suas potencialidades.

Objetivos:

  1. Promover a relação humana nas rotinas diárias;
  2. Estimular a interação adulto- criança;
  3. Ativar unidade olho- mão – boca; coordenação óculo – manual;
  4. Promover o equilíbrio;
  5. Estimular o sentido tato/visão com materiais de diferentes texturas;
  6. Diversificar os objetos para a criança poder ter experiências mais variadas;
  7. Promover o conhecimento do que é exterior ao seu corpo;
  8. Promover a estimulação auditiva, visual procedendo a eventuais despistes;
  9. Promover o conhecimento do seu próprio corpo;
  10. Estimular o ouvido para aprendizagem de sons graves e agudos, suaves e fortes;
  11. Promover a interação musical criança/adulto;
  12. Proporcionar experiências de escuta musical de aquisição e exploração do vocabulário musical;
  13. Estimular o desenvolvimento da linguagem oral;

 

Conteúdos

Conhecimento do que a rodeia; Sociabilidade; Exploração de diferentes objetos; Exploração de diferentes posições; Desenvolvimento do equilíbrio ; Auto- confiança; Autonomia; Linguagem oral; Diferenciação dos movimentos; Destreza manual; Perceção das formas, cores; tamanhos; Identificação de sons variados; Imitação;

Atividades/ estratégias

  1. Colocar a criança em diferentes posições;
  2. Colocar brinquedos em diferentes planos e diferentes alturas, chamando a atenção do bebe para que ele tente ir buscá-los;
  3. Falar com o bebé, estimulá-lo a repetir movimentos e elogiar os seus esforços;
  4. Falar com gestos e mímica;
  5. Fazer sons variados em locais diferentes para o bebé ouvir e olhar para o lado de onde vem o barulho;
  6. Fazer o jogo de repetição dos sons que o bebé imite e ao ouvir a voz do adulto perceberá que também pode exprimir-se e que lhes prestam atenção;
  7. Canções variadas acompanhadas com mímica;
  8. Estimular (quando começar a gatinhar) a atividade, a independência, a experimentação do movimento, a atividade autónoma com o mínimo de apoio manual do adulto e bastante apoio verbal em termos de reconhecimento e louvor.

 

Sala de Aquisição da Marcha

Caracterização do grupo:

        Neste período há o início do desenvolvimento do pensamento simbólico, em que a criança realiza imagens mentais, ou seja, a capacidade de representar simbolicamente uma realidade mentalmente. Posteriormente, encontrar-se-ão no último estágio, o das representações, que vai dos 18 aos 24 meses de idade. Há o domínio da permanência do objeto, ou seja, há a representação dos objetos ausentes e dos seus deslocamentos. A representação, ou seja, a capacidade de representar mentalmente objetos e ações na memória, principalmente através de símbolos (incluindo os numerais), significa dizer que os bebés conseguem representar o mundo para si mesmos, envolvendo-se, portanto, em ações mentais reais. (COLE & COLE, 2003; PAPALIA et al, 2006) No final do primeiro ano, surge a consciência do “eu”, aliado a um excessivo uso de pronomes possessivos e da negação, e a autoafirmação, negando-se a pedidos e ordens realizados pelo prestador de cuidados. Revela “chamadas de atenção”, impondo a sua vontade através de gritos, de bater os pés e a recusa daquilo que lhe oferecem. Começa a interessar-se pela leitura de histórias e desenvolve notavelmente a linguagem, adquirindo novos vocábulos, especialmente através da repetição.

A criança, neste período, reconstrói conceitualmente tudo o que, desde o seu nascimento, constituiu como ação.

         Os esquemas sensórios-motores já não são os únicos instrumentos de aprendizagem e desenvolvimento. A criança possui a capacidade de representação verbal e de pensamento.

         A criança agora é capaz de interagir com o objeto, mesmo ausente, criando significantes que o representam como desenhos, gestos, palavras ou outros objetos.

         A capacidade de representação da criança manifesta-se de diferentes formas: a imitação, a brincadeira de faz-de-conta, o desenho, a imagem mental e a linguagem.

         A linguagem escrita também surge neste período, que além de fazer parte do sistema de representação, começa a ser objeto de interesse da criança.

         Nesta fase a criança amplia muito, sua capacidade linguística, com o uso de verbos simples, adjetivos e advérbios de tempo e de lugar. Enquanto as crianças mais novas falam para si mesmas ainda que estejam juntas com outras crianças, as mais velhas já são capazes de estabelecer trocas verbais com os seus pares e os adultos.

         Conhecer como as crianças se desenvolvem e aprendem, com certeza, vai-nos auxiliar na escolha das melhores estratégias para uma educação mais afectiva com a construção de um ser humano mais feliz.

Objetivos:

  1. Promover a integração e adaptação da criança;
  2.  Criar laços afetivos com a criança, proporcionando-lhe um ambiente calmo, construtivo e seguro;
  3. Respeitar a individualidade e o ritmo/evolução de cada criança;
  4. Promover a interação Instituição/Família, como contribuição para bem-estar físico, social e psicológico da criança na Instituição;
  5. Ajudar a criança a tomar conhecimento de si própria;
  6. Estimular a aprendizagem através de atividades lúdicas permitindo a criança descobrir por si o meio que a rodeia;
  7. Promover a autonomia da criança;
  8. Proporcionar a criança o uso de materiais adequados a idade e que visem promover a descoberta, a imaginação e o desenvolvimento;
  9. Proporcionar o desenvolvimento motor, social, cognitivo e linguístico da criança;
  10. Promover situações de interação do grupo, favorecendo a sua socialização, o espírito de grupo e o respeito pelo outro;
  11. Pretender ser o espaço de construção da história feliz de cada criança.

Estratégias e Atividades

  1. Promover um ambiente calmo antes de cada atividade;
  2. Sentar as crianças na manta, e cantar canções calmas;
  3. Conversar sempre com as crianças sobre a atividade a ser realizada;
  4. Deixar as crianças explorarem o espaço de forma livre;
  5. Motivar sempre as crianças para a atividade a ser realizada;
  6. Valorizar as crianças pelas suas vitórias;
  7. Apresentar atividades diversificadas e desafiadoras;
  8. Contar histórias;
  9. Observar e explorar materiais e o ambiente que as rodeia;
  10. Aplicar diversas técnicas de expressão plástica;
  11. Mostrar cartões de imagens;
  12. Exemplificar e repetir com as crianças as atitudes e comportamentos a desenvolver;
  13. Repetição diária/semanal de novos conceitos ou assuntos;
  14. Atribuir pequenas tarefas às crianças;
  15. Transmitir carinho, afetos e segurança.

 

Sala de Transição

Caracterização do grupo:

O grupo da Sala de Transição é composto por crianças com idades compreendidas entre os 24 e os 36 meses. Gostam de atividades ligadas à expressão plástica e motora e é através da brincadeira que a criança aprende, liberta tensões, canaliza conflitos, convive e partilha atividades e interesses. Interessam-se por ouvir contar histórias, jogos com movimento e de cantar com ritmos e gestos. São naturalmente irrequietas, mas conseguem estar sentadas quando a atividade lhes desperta interesse. O controle dos esfíncteres ainda não é total no grupo, a maioria ainda usa fralda. Quanto ás refeições, algumas crianças já possuem uma certa autonomia, mas outras necessitam ainda da ajuda do adulto. O trabalho com este grupo será desenvolvido tendo em atenção as características de cada uma, estimulando assim uma maior autonomia, criatividade e confiança em si mesmas.

Segundo Jean Piaget o desenvolvimento cognitivo divide-se em quatro estádios. As crianças com 2 anos encontram-se no estádio Pré –Operatório. Este período caracteriza-se pela aquisição da linguagem e da função simbólica. Quando a criança brinca, pode por exemplo, usar duas peças de “lego” para representar duas pessoas. E é nessa altura que começa a classificar e a ordenar os objetos bem como a contar. O início do pensamento é nitidamente egocêntrico, dado que assimilando o mundo exterior aos seus desejos, ao seu próprio mundo interior, é incapaz de se colocar no ponto de vista dos outros. Este egocentrismo manifesta-se marcadamente no jogo simbólico, no qual um pau ou uma caixa perdem o seu significado objetivo, para simbolizarem aquilo que a criança desejar. Este período coincide com o começo da aquisição da linguagem. Com esta abre-se um novo mundo para a criança em que os símbolos de que dispõe (palavras) se apresentam como substitutos dos objetos e das situações. Estes passam, portanto, a ser representados. O esquema de ação dá lugar ao da representação. O uso da linguagem permite-lhe ainda uma troca de informações com os outros. Dado o egocentrismo por parte da criança o diálogo é praticamente inexistente. Mesmo quando brinca em conjunto com outras crianças, verifica-se que cada uma fala para si sem se interessar com as respostas dos outros (monólogo coletivo) em vez de conversa ou diálogo. Neste período a criança manifesta viva curiosidade por tudo aquilo que a rodeia.

Objetivos:

  1. Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança, através de experiências de vida ligadas à natureza;
  2. Estimular as crianças ao diálogo e ao respeito pelos outros;
  3. Desenvolver a expressão e a comunicação através da linguagem verbal e não verbal;
  4. Desenvolver a coordenação óculo-manual e óculo-pedal;
  5. Conhecer as partes do corpo humano através dos cinco sentidos;
  6. Promover o conhecimento de algumas plantas e animais, identificando o nome e características;
  7. Reconhecer as diferentes formas, cores, texturas, que são possíveis de encontrar na natureza;
  8. Conteúdos
  9. Todos somos diferentes; As partes do corpo humano; Os cinco sentidos; Animais; As estações do ano; Vocabulário novo; As primeiras Regras.

Estratégias e Atividades

  1. Exploração de histórias e imagens;
  2. Lengalengas;
  3. Jogos de movimento;
  4. Jogos de audição e identificação de sons;
  5. Ver, apalpar, cheirar; ouvir e provar;
  6. Conhecer as diferentes características dos animais;
  7. Aprender o ciclo da vida através das Estações do ano;
  8. Pequenos diálogos em grande grupo e individuais;
  9. Aprendizagem das cores através da Natureza.

 

Saídas ao exterior

A criança quando inicia a educação pré-escolar já sabe muitas coisas sobre o «mundo» e já construiu algumas ideias sobre o mundo natural e construído pelo homem. Se o contexto imediato de educação pré-escolar é fonte de aprendizagens relativas ao conhecimento do mundo, este supõe também uma referência ao que existe e acontece no espaço exterior, que é refletido e organizado no jardim-de-infância. Daí a importância das saídas ao exterior, das conversas com familiares e amigos ou da observação de locais e/ou objetos com importância histórica e cultural.

       Mas, se o meio próximo tem um sentido afetivo e relacional, o contacto com informações vindas de várias fontes (em que a mais poderosa será certamente os media) desenvolve a fantasia da criança e permite-lhe o acesso a «realidades» que não se limitam ao mundo próximo.

 

 

 

 

 

 

 

Projetos e Formações

 

 

 

 

 

 

PROJETOS E FORMAÇÕES

         No ano de 2005, a Associação Boa Hora desenvolveu um novo Projecto por dois anos, denominado de “Cultivando” que visa, através de várias ações – Planeamento e Avaliação do Projeto, Oficina da Cultura e da Informação, Desenvolvimento do Partenariado Local, É sempre Bom Saber, Centro de Apoio à Comunidade, Ações de Natureza Formativa e o Curso: Empregada de Mesa – B3 Equivalência ao 9º ano de Escolaridade – prestar apoio à comunidade e às famílias em risco social; promover a melhoria das condições de vida e a defesa dos direitos dos cidadãos através da mobilização de recursos Humanos e Institucionais; rentabilizar recursos institucionais, valorizar dinamismos locais e melhorar a eficácia das ações e resultados obtidos; contribuir para o entendimento da exclusão social enquanto fenómeno social que abrange múltiplos domínios e uma pluralidade de manifestações e promover a igualdade de oportunidades.

Em Março de 2007, a Associação Boa Hora fez uma nova candidatura ao POPH (Programa Operacional Potencial Humano), do Quadro de Referência Estratégico Nacional, de forma a poder dar continuidade ao trabalho e aos objetivos desenvolvidos pelo Projeto Cultivando, que terminaria em Dezembro desse mesmo ano. O nome do Projeto é Cultivar Mais. A candidatura foi aprovada em finais de Junho de 2008 com os seguintes cursos:

 6.1 – Formação para a Inclusão;

2.2 – Curso EFA – Curso de Educação e Formação de Adultos;

3.2 – Formação Interna – Formação para a Inovação e Gestão.

No curso 6.1 – Formação para a Inclusão, os objetivos prendem-se com o desenvolvimento nos/as destinatários/as um conjunto de competências pessoais e sociais que favoreça a criação de uma atitude positiva face ao trabalho, estimulando simultaneamente o incremento da sua autonomia orientada para a estruturação e empreendo ismo de um projeto de integração socioprofissional.

2.2 – Curso EFA  – Curso de Educação e Formação de Adultos, é um curso de equivalência ao 9º ano de escolaridade com uma área profissionalizante de Apoio a Família e à Comunidade. Este curso dirige-se a desempregados/as e com baixos nível de escolaridade. Pretende-se com esta formação abrir as portas do mercado de trabalho e diminuir e absentismo e abandono escolar. Finalmente, no curso 3.2 – Formação Interna – Formação para a Inovação e Gestão, destaca-se a Formação Interna para os cativos da Associação Boa Hora na Sensibilização para a Qualidade, de forma a potencializar os seus colaboradores na prestação de um serviço de qualidade, indo de encontro com as necessidades e expectativas dos nossos utentes.

A realidade social vai-se alterando por força da vida coletiva em sociedade e por esse motivo é imprescindível que as Instituições de cariz social alimentem a capacidade de se adaptar a novas realidades, desenvolvendo projetos e desafios que as gerações futuras certamente agradecerão.